quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Ornato


Eu sou aquilo que vejo, que cheiro, que sinto e que ouço.
Eu sou aquilo que quero ver, que quero cheirar, que quero sentir e que quero ouvir.
Não me estou a definir, pois deixo as definições para quem quer ou para quem as tem.
Eu sei, mas guardo-as para ninguém mais saber.
O meu coração dói. E dói quando falo.
Quero esquecer porque saber é morrer. Saber é o fim.
O fim são palavras soltas, substituídas anacronicamente, sem concatenação.
E eu sempre imaginei algo mais…

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Corpúsculo



Pinta aquele rio para mim.
Pinta-o de azul-turquesa, nesta noite d’Outono
E fala-me com sons do sorvedouro.
Fala-me enquanto as árvores cedem as folhas e os fantasmas tripudiam
Entre a escuridão e o mar brilhante.
Os fantasmas deambulam nos caminhos, virgulados por sinos de prata, que evocam pelo teu nome
E o teu nome, coberto de pecado, assombra a galáxia mais longínqua
Cercando o corpúsculo numa dança que nunca se concluirá.