domingo, 17 de janeiro de 2010

A valsa

Rosas. Rosas e um quarto por valsar.
O som que nasce das paredes justapõe-se a uma identidade insípida, frígida e madraça.
O timbre penetra nos corpos sôfregos, moldando-os e congregando-os erógenamente num ser uno, não mutável.
O som, em uníssono, dos primeiros momentos do encomiástico lúbrico, torna quente e preenche o espaço vazio. Locupleta-o de brilho.
Gritos. Gritos que valsam num quarto.
Arrojadas posições-sinédoque que despertam o sentido animalesco dos corpos entesados que se cadenciam em acto contínuo.
Silêncio. Silêncio e um quarto valsado.