domingo, 30 de novembro de 2008

Demência

Olhos espicaçados em correntes, meticulosas e inconstantes.
Alegorias incompletas, falsas e mutáveis.
Portas entreabertas, onde fados frágeis espreitam, tímidos e rosados, que envolvem linhas fertilizadas de demência.
Mundos incomensuravelmente apagados, torturados pela vívida paixão do nada.
Corpos majestosos! Embriagados pela audaz visão tórrida do paraíso.
Áspero som que rasga o polido tegumento, pelo grito sublime de revolta.

“Rápido, meu Senhor. Rápido!” Gritam as garotas no término das suas vidas. Corpos luminosos se arrastam pela austera rua do purgatório.

Consciência dominada pela exaltação do pensamento.
Profundas vivências pós-culturais no ínfimo segundo entre a vida e a morte.

E só me resta dizer:

Rápido, meu Senhor. Rápido!

Sopros amorosos em dias de Inverno

Rostos paralisados em vidros partidos
Reflexos encardidos pelo entardecer.
Frases encurraladas, gritos de agonia psicológica,
Mentes que esvoaçam pelos dedos
Charcos repletos de pensamentos.

Polaridades incompatíveis,
Olhares desencontrados.
Paladares adocicados em mundos amargos.
Perdas preciosas em melancolia
Gestos exuberantes condicionados pela amargura.

Profecias encantadas pela devassidão.
Sorrisos esquartejados por amor.
Abraços aquecidos por rosas cheias de espinhos
E histórias encantadas por ventos divinos, que embalam
Corpos no seu assobio,
Espalhando amor polinizado de coração em coração.