A utopia da recticidade evapora-se quando o coração, lúgubre,
contrai-se acidamente numa parede densa e disforme de sentimentos. Esses mesmos
sentimentos que numa hora são radiosos e esperançosos e na outra hora são
usurpadores, inconsistentes e vácuos.
A claustrofobia sentimental é tenaz e exponencialmente crescente
às desilusões carnais. Persegue-nos como uma sombra matreira pronta a
sobrepor-se-nos.
A espirituosidade concomita-se na outrora ilusão sentimental.
Tudo isto torna-se acre se não formos auto-conscientes e sabedores das nossas
próprias limitações. A auto-consciência é uma ciência, porém não exacta da qual
não sabemos como a alcançar. É fundamental para que o equilíbrio entre os
corpos exista.
Quem é perfeito é semidivino, uma espécie de esculpidor de
destinos que ao mínimo processo aleatório se desfazem em possibilidades. Mesmo
que infinitas, essas possibilidades desvanecer-se-ão em fatalidades. É o fim.
Não nos podemos esquivar.
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