Nem sempre a mente executa como o coração manda. Por vezes, a
cerração apodera-se do corpo sem pedir consentimento e arrasta-o, lenta e
ruinosamente, para a treva – o quase-abismo. O abismo, esse, pode ser
interminável, como um buraco negro que suga tudo à sua volta, mas pode ser
apenas uma contrariedade, um óbice imprevisto – um obstáculo dos deuses, se o
quisermos colocar de uma forma mais esotérica.
Dois desfechos são possíveis:
É interminável, quando nos fechamos nesse ciclo sem a
autoconsciência que o abismo está ali, fixo e pronto a devorar cada pedaço da
nossa consciência e humanidade.
A tomada de consciência, quando se forma, é o passo inicial para a luz, para o
término desse momento negro – é fulcral para que o corpo volte a resplandecer e
se torne humano novamente, voltando a obedecer repetidamente ao coração. Este é um
processo que requer uma grandiosa força, vontade e conhecimento. Conquanto,
este processo não pode ser todo ele feito sozinho e sem ajuda, antes pelo
contrário. As mãos dadas são a alavanca para a elevação das almas. Para a
purificação e para a confiança. Para a felicidade e para o amor.
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